quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Pensar a escola em tempo de verão

Agosto é, por excelência, o mês das férias escolares. Sem aulas, testes, exames, horários e rotinas diárias, onde se encaixam os tempos letivos e não letivos, as atividades extracurriculares, horas de estudo e trabalhos de casa, pais e alunos aproveitam para descansar. Apesar de alguns sinais de que o novo ano de avizinha, quer pelas campanhas do “regresso às aulas”, quer pelas habituais reportagens televisivas feitas nas livrarias e grandes superfícies, onde se questionam os encarregados de educação sobre quanto vão gastar em livros e material didático (o que é, de facto, uma grande preocupação), a tendência é mesmo gozar o mês de agosto, de forma a carregar baterias para o ano letivo que se avizinha.
Curioso é, contudo, verificar como o tema da “escola” nunca está ausente das conversas de familiares e amigos, sempre que há uma criança ou um jovem por perto. Debaixo do chapéu de praia ou num encontro de café, alguém pergunta: Para que ano vai o teu filho?, Que área de estudos escolheu?, Que curso pretende tirar?, etc., etc.. E a partir daqui a conversa vai-se desenvolvendo. Depois de respostas como o meu filho passou para o 8.º, a minha filha vai tentar subir a nota a matemática, os pais contam experiências bem-sucedidas ou problemas mal resolvidos, partilham angústias, dão conselhos aos que os pedem. Porque, de facto, a melhor escola para pais está muitas vezes no conhecimento que se vai adquirindo de outros pais, que viveram problemas idênticos ou que passaram por angústias semelhantes. É, pois, percebendo o que falhou com outras crianças ou jovens que os encarregados de educação ficam mais esclarecidos, mais atentos aos problemas dos seus filhos e, desta forma, melhor se consciencializam do que podem fazer para levar a bom porto este enorme desafio que é a educação.

As conversas de verão são, assim, uma forma de começar a preparar o próximo ano letivo. No entanto, as boas ideias que nelas surgem não devem ficar enterradas na areia. Devem, sim, ser o mote para uma reflexão conjunta a levar para a escola e a partilhar com todos os agentes educativos, antes de o outono começar.

Publicado em 2 setembro de 2013 3em http://www.tintafresca.net/

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