quarta-feira, 11 de maio de 2011

A Europa

A Europa não está para brincadeiras.

A Europa tenciona deixar de emprestar dinheiro aos países que apenas lhe dá por garantia o sol redondo e caloroso do céu, quando o turista o vem sentir na pele.

A Europa, longe de uma política imigratória digna e tolerante, tende a discriminar imigrantes e cidadãos de outras etnias, como os ciganos.

A Europa cada vez mais recusa estender a mão aos imigrantes dos países do norte de África e do Médio Oriente.

A Europa tende a dividir-se em duas: a dos países nórdicos e a dos países do sul. Isto é, a grande Europa e a pequena Europa. E a pequena Europa só é salva se a grande Europa entender que vem lucro do salvamento. Caso contrário, haverá afogamento certo.

Neste instante em que reflito sobre a Europa, lembro uma história que me foi contada numa aula, por um professor, estava eu no básico (na altura unificado). Ouvi-o atentamente, porque sempre adorei ouvir histórias, mesmo as mais enfadonhas, e hoje recordo apenas os contornos desta, passados todos estes anos:

Nos anos 70, o professor em causa resolveu conhecer um país próximo de nós e com muitos de nós: França. Procurou visitar os locais turísticos de interesse e também tomar contacto com os emigrantes e com as suas condições de vida, o que foi fácil. Em todo o lado, dizia, estava um português, que logo me reconhecia pela minha forma de atuar, de cumprimentar, de falar. Aliás, falava-se português por todo o lado!

Houve um dia especial. Serviu para que se percebesse o que era a Europa de então.

Junto à entrada de uma piscina pública, lia-se o seguinte cartaz: proibida a entrada de cães e de portugueses.

Chocante? Sem dúvida. Mas preparemo-nos: o maior choque está para chegar, já no século XXI.

Sem comentários:

Enviar um comentário