sexta-feira, 17 de junho de 2011

Copiar

Copiar

Copiar num teste é desonesto, todos nós sabemos.

Copiar é uma prática errada que começa logo no ensino básico, acentua-se no ensino secundário e, se não for desincentivada pelos professores, que devem imediatamente anular perguntas, grupos de perguntas ou mesmo testes, e ter uma conversa séria com os alunos, continua a verificar-se mais tarde, no ensino superior. Se é compreensível no básico, em que a criança e o jovem procuram afirmar-se desafiando as regras estabelecidas, como forma de “dar a volta” ao adulto, para mostrar que são mais espertos, que controlam tudo e que se desenrascam na perfeição, já o jovem universitário devia pensar que copiar é um sinal de fraqueza, desonestidade e fraude. Devia, ainda, perceber que assim não vai longe, porque não avalia efetivamente os seus conhecimentos e competências, o que é imprescindível para diagnosticar as suas dificuldades, de forma a colmatá-las. Estamos a falar de crescimento pessoal e social dos indivíduos.

Mas quando se tira uma licenciatura e se continua a copiar nos testes e provas exigidas pela vida académica ou profissional, sem que haja punição, que mensagem se transmite aos estudantes portugueses no geral?

Aos que estudam e se esforçam, sem copiar, diz-se “que parvo que és!”

Aos que não estudam muito, nem nunca estudaram, mas também não se dão ao trabalho de fazer cábulas, pergunta-se “porque não copias, para passares ou subires a média?”

Aos que copiam, já crescidinhos, sussurra-se “que chico esperto que és!”.

É preferível, de facto, e vistas as coisas linearmente, ter um país de chicos espertos em vez de um país de parvos. Mas não nos esqueçamos que estes “constroem” e os outros “destroem”. Basta o sopro de um chico esperto para desmoronar um país de parvos.

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